30 dias para Switch 2: A passagem do WiiU para o Switch [Parte 1]
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Falta apenas 1 mês, meus amigos! São 30 dias, 720 horas, 43.200 minutos ou 2.592.000 segundos até o aguardadíssimo Switch 2 chegar e dar início à 10ª geração da Nintendo. Ok, é verdade que algumas varejistas brasileiras estão prometendo entregas apenas entre os dias 9 e 10 de junho, mas oficialmente, estamos a apenas um mês de distância do lançamento do novo console por aqui.
E que tal aliviar um pouco essa ansiedade com uma contagem regressiva especial? Ao longo dos próximos dias, vamos publicar uma série de matérias relembrando marcos, momentos e títulos que fizeram história — e que ajudaram a transformar o Nintendo Switch em um verdadeiro fenômeno global.
Hoje, começamos do início: relembrando o cenário que antecedeu o seu lançamento, a difícil transição da Nintendo e o papel (injustiçado!) do Wii U nessa jornada. Confira:
O lançamento turbulento de um console promissor
Não é preciso ser um especialista em videogames para reconhecer o impacto e, na visão de muitos fãs, a injustiça, sofrido pelo Wii U. Lançado no Ocidente em 18 de novembro de 2012, o console tinha a difícil missão de suceder o revolucionário Wii, um dos maiores sucessos comerciais e criativos da história da Nintendo. Apostando em gráficos em alta definição (HD) e na introdução do controverso GamePad, um controle com tela sensível ao toque que substituía os tradicionais sensores de movimento, o Wii U chegou ao mercado cercado de expectativas.
No entanto, a recepção inicial foi fria. Apenas dois dias após a revelação do console, as ações da Nintendo caíram quase 10%, marcando a maior baixa desde 2006. É importante lembrar que o lançamento aconteceu em um período delicado para a empresa japonesa. No ano fiscal encerrado em 31 de março de 2012, a Nintendo registrou prejuízos superiores a US$ 550 milhões, resultado de uma queda significativa nas vendas do Wii e também do portátil Nintendo 3DS. A chegada do Wii U, portanto, era vista como uma oportunidade de recuperação , que, ao menos no início, não se concretizou.
No Brasil, o Wii U só foi oficialmente lançado em 26 de novembro de 2013, chegando ao mercado local em sua versão Deluxe, com 32 GB de armazenamento.
Boas estreias, fraco fôlego
Em seu primeiro mês no mercado, o Wii U vendeu cerca de 3,05 milhões de unidades, acompanhadas de 11,7 milhões de jogos. Lançamentos como New Super Mario Bros. U, Nintendo Land e ZombiU ajudaram a impulsionar o início promissor, sugerindo que o console poderia reconquistar parte do prestígio perdido da Nintendo junto ao mercado.
Mas esse otimismo durou pouco. Com o passar dos meses, os relatórios trimestrais da empresa passaram a mostrar um ritmo de vendas cada vez mais lento. Entre dezembro de 2012 e dezembro de 2013, apenas pouco mais de um milhão de unidades foram vendidas nas Américas — um desempenho considerado fraco, especialmente quando comparado ao seu sucessor, o Nintendo Switch.
Na tentativa de reagir, a Nintendo anunciou um corte de preço em setembro de 2013, reduzindo o valor do console de US$ 349,99 para US$ 299,99 na América do Norte. A medida, no entanto, não foi suficiente para alavancar o desempenho comercial da plataforma.
Mesmo com uma biblioteca de jogos de alta qualidade, incluindo Mario Kart 8, Super Mario 3D World, remasterizações de The Legend of Zelda: Wind Waker e Twilight Princess, além de títulos como Splatoon e Bayonetta 2, o console não conseguiu romper sua barreira de estagnação. No fechamento do ano fiscal de 2013, em março de 2014, a Nintendo reportou um prejuízo de US$ 457 milhões.
Com os números em queda, os rumores começaram a ganhar força: de uma possível venda da empresa até previsões de falência, o cenário era de incerteza e pessimismo em torno do futuro da companhia japonesa.
A retirada do Brasil
Para os fãs brasileiros, o cenário ficou ainda mais sombrio no início de 2015. Em janeiro daquele ano, a Nintendo anunciou oficialmente sua saída do país, encerrando a distribuição oficial de consoles e jogos. O motivo alegado foi o alto custo de operação no Brasil, incluindo impostos e taxas de importação. À época, Bill van Zyll, diretor e gerente geral da Nintendo of America para a América Latina, declarou:
O ambiente local de negócios, em particular os altos encargos de importação aplicados ao nosso setor, tornou nosso modelo de distribuição atual insustentável no Brasil Estes desafios incluem as altas tarifas sobre importação que se aplicam ao nosso setor e a nossa decisão de não ter uma operação de fabricação local. Trabalhando junto com a Juegos de Video Latinoamérica, iremos monitorar a evolução do ambiente de negócios e avaliar a melhor maneira de servir nossos fãs brasileiros no futuro
Em 27 de julho de 2016, a Nintendo divulgou seu relatório financeiro referente ao trimestre encerrado em junho, revelando perdas significativas em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Segundo o documento, a companhia registrou uma perda líquida de 24,5 bilhões de ienes, enquanto no mesmo intervalo de 2015 havia reportado lucro de 8,2 bilhões de ienes. As vendas de hardware totalizaram 25,1 bilhões de ienes, mas o número que mais chamou atenção foi o declínio nas vendas do Wii U: apenas 220 mil unidades comercializadas, contra 470 mil no mesmo período do ano anterior, uma queda expressiva de 53%.
Naquele momento, o mercado já havia cravado: o Wii U era um fracasso comercial. Com apenas 13,56 milhões de unidades vendidas mundialmente, o console encerrava seu ciclo como o menos bem-sucedido da história moderna da Nintendo, superado inclusive por concorrentes de gerações anteriores, como o Nintendo GameCube.
Apesar da recepção positiva de sua biblioteca de jogos , considerada por muitos fãs e críticos como uma das melhores da empresa, o console ficou marcado por uma comunicação de marketing falha, pela confusão gerada em torno de seu nome (muitos acreditavam se tratar apenas de um acessório para o Wii), e por uma defasagem tecnológica notável frente aos concorrentes diretos, como o PlayStation 4 e o Xbox One.
Legado e resgate
No entanto, mesmo em meio à crise, o Wii U foi berço de ideias que seriam cruciais para o futuro da Nintendo. O conceito de jogar tanto na TV quanto em uma tela portátil, ainda que limitado no GamePad, serviu de base para o que viria a ser o Nintendo Switch, lançado em março de 2017. A nova proposta híbrida da empresa japonesa logo se tornaria um fenômeno de vendas e crítica, resgatando o prestígio da marca no mercado global.
Mais do que isso, o Wii U também deu origem a franquias novas e importantes, como Splatoon, e apresentou versões marcantes de clássicos como Mario Kart 8, que viria a ser relançado como Deluxe no Switch, quebrando recordes.
Vamos amanhã conhecer como a Nintendo deu a guinada para reverter todo esse cenário? Aguarde amanhã para a continuação dessa história!